Autora: Noka Braun Tipo: Long Fic Gêneros: Drama, Suspense, Romance
Avisos: É uma história OOC, ou seja, fora dos padrões de Fairy Tail (magos, guildas). Os personagens principais são Lucy e Natsu, mas vão aparecer uns originais no decorrer.
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Esse não é o fim, esse não é o começo
Só uma voz como uma revolta balançando cada melhoria
Mas você ouve o tom e o ritmo violento e
Embora as palavras pareçam firmes, há algo vazio dentro delas
Nós dizemos yeah
Com os braços no alto
Como se estivéssemos nos segurando a algo que é invisível
Porque estamos vivendo à mercê da dor e do medo
Até morrermos
Esquecermos
Deixarmos tudo desaparecer
Waiting For The End - Linkin Park.
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Prólogo, In My HeadSeres humanos são fúteis ao ponto de pensar que sempre há uma escapatória. Infelizmente, é só mais um pensamento perdido no nevoeiro.
Pensamos que mesmo que cometermos erros horríveis, mesmo que sejamos penalizados duramente, sempre virá algo nos salvar, nos livrar da dor. Isso é tão ridículo... É tão verdadeiro.
Então, ela vira o rosto diante da parede suja e úmida, remoendo seus erros. Tantas coisas poderiam ser esquecidas... Mas ela não pode. É incapaz. E este será seu julgamento.
Ela morrerá.
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Primeiro CapítuloQuebrada
O que restou quando o fogo se foi?
Eu achei isso certo, mas o certo era errado
Tudo apanhado no olho da tempestade
E tentando descobrir como era seguir em frente
E eu nem sequer sei que tipo de coisas eu disse
Minha boca continuava mexendo e a minha mente morreu
Juntando os pedaços agora por onde começar
A parte mais difícil do final é recomeçar
Waiting For The End
Ela ri enquanto faz um balão com seu chiclete de menta, tentando equipar-se ao do irmão.
– Desde quando você aprendeu a fazer isso? – admirou-se ela, olhando para o garoto de cabelos loiros surpresa. O garoto ri, se achando.
– Sei lá – responde, inspirando profundamente e soltando tudo em mais uma tentativa.
O balão explode em seu rosto.
A garota ri, descontrolada, enquanto o irmão franzi a testa e começa a ficar irritado.
– Droga!
A garota se aproxima mais dele, e lhe faz um breve cafuné, sorrindo.
– Não precisa ficar emburrado, maninho – ela fala, ao garoto que fazia bico – Nós aprendemos com nossos erros... Até que sempre acertamos!
O garoto vira seu olhar para ela, até que sua face irritada dissolve-se em um sorriso doce.
– Tem razão! – e a abraça.
A garota sorri.
Ou melhor: Lucy sorri.
Ela chora sob o túmulo dele, enquanto o vento instiga ferozmente no seu rosto.
Ela está tão destruída, tão quebrada. Ela pensa que a dor que sente em seu peito faz parte dela agora, que nunca a abandonará. Mas sempre tudo a deixa...
Ela morde o lábio inferior ao mesmo tempo que leva seu olhar ao céu, este transformado em apenas nuvens negras e chuvosas, anunciando uma tempestade.
Ela se sente afobada, se sente morta. Ela ainda não acredita que seu pequeno irmão partira, que fora tirado de seus braços. Como ela poderia acreditar?
Um dia atrás apenas. Estavam em um barco no meio do rio, divertindo-se sob a luz dourada do Sol. Brincavam, zoavam, riam um do outro. Estavam felizes. Excepcionalmente felizes.
Ele desequilibrou-se e caiu da jangada. Ela gritou e pulou na água para socorrê-lo. Mas ele havia batido a cabeça numa pedra ao cair, e tudo o que ela viu quando o puxou para a superfície, era seu rosto coberto de sangue.
E seus olhos parados.
Agora, ela grita para o céu em revolta. Ela leva os braços contra seu rosto para tentar controlar-se, mas tudo o que recebe são as pequenas gotículas geladas caindo em sua face.
Elas misturam-se com suas lágrimas.
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Segundo CapítuloReconstruída
Então me dê motivos para provar que estou errado
Para apagar essas lembranças
Deixe inundar a distância em seus olhos
Me dê motivos para preencher este vazio e conectar o espaço entre o que restou
Que seja o suficiente para alcançar a verdade entre essas mentiras
Além desta nova divisão
New Divide
Ela olha pela janela sentada em sua cama. O cheiro do hospital enche suas narinas, como um vento frio e branco. Seus olhos eram fixos e ela parecia alheia a tudo ao seu redor.
Um mês ela estava lá, para recuperar-se de seu choque. Médicos diariamente a visitavam, sempre saindo frustrados por sua nenhuma melhora. Parecia inútil, para eles. Ela nunca iria superar a perda trágica.
Então, agora, ela suspira enquanto sente o bolo na garganta. Ela houve a porta sendo aberta, e pressente um enfermeiro. Era a hora de seu remédio diário.
Ela solta um pequeno sorriso de lado, triste, e conforma-se com a vida naquele lugar. Pelo menos, não estava mais sozinha. E, então, ela fecha os olhos e se vira na cama, esperando seu capanga dar-lhe sua medicação.
– Bom dia, senhorita Heartfillia. Sou seu novo enfermeiro responsável, Natsu Dragneel.
Ela abre os olhos imediatamente, enquanto vê cabelos de tom rosa, e olhos puxados e escuros.
Ela já podia sentir o calor do verão.
Ela chora com a escuridão da noite a envolvendo. Seus cabelos loiros, esparramados pelo travesseiros, balançavam a cada soluço.
Ela ainda sente falta dele, mas seu vazio estava começando a ser preenchido. Ela se sentia estranhamente quente, algo que não lhe ocorria desde o finado dia.
Ela abre os olhos, olhando para a janela, com a boca em uma linha fina. Ela vê a Lua prateada lá fora, e sua luz a conforta. Seus olhos avermelhados pelo choro voltam a ser simplesmente castanhos.
Ela já está melhor.
Uma batida na porta a assusta, e ela volta seu rosto na direção do som. A porta abre-se, revelando uma silhueta alta e de jaleco branco.
– Hora da medicação, Lucy!
Ela sorri quando sente sua presença.
Ele pega sua mão e lhe responde com outro sorriso enorme estampado na cara, alegre.
Terceiro CapítuloO mundo lá fora
Eu quero me curar, quero sentir
O que eu achei que nunca fosse real
Eu quero deixar ir essa dor que eu segurei por tanto tempo
Apagar toda a dor até que ela se acabe
Eu quero me curar, eu quero sentir
Como se estivesse perto de algo real
Eu quero achar algo que eu quero desde o começo
Algum lugar que eu pertença
Somewhere I Belong
Ela está animada, enquanto come seu almoço, conversando animadamente com seu enfermeiro predileto.
Eles riem de coisas bobas, sem sentido, mas simplesmente engraçadas. Eles estão felizes, sentindo a presença um do outro.
Outra batida na porta, e a diretora do hospital entra, abrindo um sorriso.
– Estou feliz em vê-la assim, senhorita Lucy! – ela exclama. Lucy sorri para a mulher. A mulher, então, olha para o enfermeiro – Natsu, por favor, posso conversar com você um pouquinho?
Ele faz que sim, e levanta-se. Antes de sair pela porta, ele dá um sorriso de canto para Lucy, zombeteiro. Ela ri.
Poucos minutos depois, ele volta, agora com um sorriso um pouco menor no rosto.
Ele se senta na ponta da cama dela, e pega suas mãos, olhando fixamente para seus olhos.
– Você irá ter alta! – ele conta, sorrindo.
Ela se quebra, mas antes disso, percebe que o sorriso dele não chegou a seus olhos.
Ela ofegava enquanto puxava sua bolsa mais contra seu corpo. Estava frio no mundo exterior, e ela não conseguia pensar em como viveria novamente nele.
Seus meses no hospital haviam mudado totalmente sua vida, e ela não pensava em outro lugar para morar. Agora, deveria voltar para sua antiga casa, e encontrar todos os fantasmas do passado, os que relutou bravamente. Não seria simples.
Ela também estava triste por perder seu enfermeiro particular. Mas, talvez, pudesse vê-lo sempre que quisesse! Aliás, ele lhe dera seu número de telefone, para alguma emergência.
Ela tira o papelzinho do bolso, e o encara sorrindo.
Então, agora, ela deveria voltar para casa.
Quarto CapítuloO telefonema
Eu tenho um
Coração cheio de dor
Mente cheia de stress
Mão cheia de ódio
Segurança no meu peito
Esforço penoso
Sangue, suor e lágrimas
Nada a ganhar, tudo a temer.
Nobody’s Listening.
Ela tenta dormir, abraçada a um ursinho de pelúcia e estupidamente assustada. Sua casa lhe trás lembranças, dele. Seu irmãozinho. Ela não consegue esquecê-lo.
Porém, sua dor não era tão desgastante como antes.
Ela olha para o lado, com a luz do abajur iluminando os números escritos em caneta vermelha. Ela está relutante. Deve ligar ou não?
Então, um barulho irritante e totalmente familiar lhe chega aos ouvidos, lhe puxando dos pensamentos. Era o telefone.
Ela salta do sofá e corre para atendê-lo, com o coração batendo forte no peito.
“Lucy?” A voz pergunta quando ela puxa do gancho e leva até os ouvidos.
“Natsu!” Ela exclama, surpresa. Mas muito, muito feliz.
“Vejo que chegou inteira” Ele ri, zombeteiro
“Pensei que tivesse perdido meu número, ou não quisesse mais ouvir minha voz.” A declaração dele faz o coração dela perder uma batida.
“Não fale isso!” Ela repreende, meio irritada
“Eu só estava... Ocupada.”Ele fica um instante quieto. E quando volta a falar, sua voz estava levemente perplexa.
“Há algo mais importante em sua lista de afazeres do que conversar comigo?” Ele pergunta, chocado, fazendo ela rir
“Pode começar a apagar essa listinha e reescrever, me colocando em primeiro lugar!”Ela ri, feliz.
“Aaah Natsu...”“Aaah nada!” Ele fala, com a voz dura, porém, brincalhão
“Poxa... Até sinto-me ofendido.”Ele morde o lábio, agora séria.
“Quando irá me visitar?”Mais um momento de silêncio. E quando este é quebrado, é pela voz arrastada do homem.
“Quando quiser, Lucyzinha” Ele ri. Ela fica furiosa.
“Você sabe que odeio que me chame assim!”“Lucyzinhaaa!” Ela torce os dedos animada enquanto não pára de olhar para a porta, ansiosa.
Natsu avisara que viria lhe visitar em cerca de alguns minutos. E ela não podia ansiar mais! Os poucos dias que se passaram sem que ela pudesse visualizar seu rosto pareciam décadas. Ela aspirava a presença dele, desejando sua companhia mais do que nunca.
E os minutos de espera tornaram-se horas. O negrume descia lá fora e ela ainda estava parada, no sofá, esperando-o. Antes eram apenas duas horas da tarde. Agora, eram seis e meia da noite.
O lábio inferior dela tremeu.
Não houve o bater da porta. Sequer houve o barulho irritante do telefone. O que acontecia? Onde Natsu estaria? Perguntas passavam sorrateiramente pela mente dela, fazendo o medo frio e escuro crescer em seu peito.
Ela continuou o esperando até que acabou desmaiando.
Quinto CapítuloO outro
Eu sangro, vá, pare o show
Palavras agitadas e uma corrente lamacenta
Arma de fogo, ópera, tranque e carregue
Engatilhe e, então, os veja ir
Mamãe, me ajude, eu fui amaldiçoado
A morte está chegando a cada verso
Doce pintura em sua nova marca de carro fúnebre
Não pode contê-lo, ele conhece o próprio trabalho
Bleed It Out
Ela ligara para ele no dia seguinte. Ninguém lhe respondera. Ela estava aflita.
Porém, ela também estava com fome. Pensando que não iria ter uma resposta lógica para o sumiço de Natsu de barriga vazia, ela chamara uma pizza.
Houve a batida na porta, mas desta vez, não era a que ela ansiara.
Ela foi até a porta devagarmente, já segurando o dinheiro que deveria dar ao entregador. Então, ela abre a de madeira com os olhos baixos.
– Está aqui – o homem falou, lhe estendendo o pacote.
Ela suspira e pega das mãos dele, mas antes, dirige seu olhar para o forasteiro, o avaliando.
Ela sente algo crescer na boca do estomago quando encara aqueles olhos fixos nela, e percebe que seu cabelo também era loiro.
Ela fora quebrada. Ela recuperara-se. Agora, antes que acabasse novamente destruída, ela atirou a pizza no chão e puxou o homem pelo braço.
Este, arregalou os olhos em clara surpresa.
– Eu nem sei seu nome.
Ele resmungou olhando para o teto, logo após acabar.
– É Lucy.
Ela respondeu, de costas para ele.
– Eu sou Yukio.
Ela não olhou para ele.
– Belo nome.
– Obrigado.
Ela está cansada. Mas terrivelmente arrependida. O que ela tinha na cabeça?
Ele suspirou, se levantando, arrumando suas roupas.
– A pizza é grátis, conta da casa.
Ela ri mecanicamente do tom sarcástico dele.
– Adeus – ela diz, quando ele está na solteira da porta.
Ele não responde, apenas sorri e saí.
E sentindo-se sozinha novamente, ela grita em raiva e odeia-se.
Sexto CapítuloO que quero dizer
Quando você estava em pé no meio da devastação
Quando você estava esperando na beira do desconhecido
E com o cataclismo chovendo
Por dentro chorando, "Salve-me agora"
Você estava lá incrivelmente sozinho
Você sente frio e perdido em desespero
Você constrói a esperança, mas o fracasso é tudo que você conheceu
Lembre-se de toda a tristeza e frustração
E deixe-a ir
Deixe-a ir
Iridescent
Ela olha pela janela com uma caneca de chá em suas mãos geladas. Uma semana havia se passado, e ela ainda esperava pela batida da porta dele.
Nenhum telefonema. Ele não atendia. Ela já começava a pensar que ele estava...
Ela soluça, resignando-se a não terminar o pensamento.
O barulho foi ouvido. A xícara caí com um estrondo contra o chão e ela corre em direção ao barulhinho irritante.
O barulho que ela tanto queria ouvir.
“A-alô?” Ela gagueja, em expectativa.
“Oi Lucy”“NATSU!”“Er... Desculpe pelo sumiço e por não ter avisado. Mas algo aconteceu aqui.”O coração dela falha.
“O quê?”Um segundo de silencio.
“Meu avô morreu.”
“OH Natsu, eu sinto muito!”Ele ri levemente.
“Ele já era velho... Mas foi derrepente. O enterro foi num síteozinho lá pro fim do mundo, despido da tecnologia necessária para telefonar-se. Acabei de chegar.”Ela alivia-se imensamente.
“Hmm”.
“Não se preocupe Lucyzinha, amanhã sem falta to ae!”
“Você sabe que eu não gosto de que chame de Lucyzinha, NÃO SABE?”Ele gargalha.
“Sei sim.”
“Seu...”
“Lucyzinha-inha-INHA!”Absolutamente nervosa ela está, enquanto anda de um lado para outro sob o tapete marrom da sala de estar.
Uma e vinte e nove. Um minuto para a chegada do rosado. Ela quase desmaiava de ansiedade. Então, fazendo seu coração quase sair pela boca, ela houve as batidas e corre para atender.
Abre a porta e sorri radiante para o homem, este desleixadamente encostado à guarnição. Os olhos ônix dele brilham ao vê-la, e instantaneamente ela puxa-o para dentro da casa, logo após fechando a porta com uma batida oca.
Não havia palavras a serem ditas no momento, e nunca teriam. Apenas, num ato involuntário, ela envolveu seus braços no pescoço dele, e aproximou seu rosto.
– Natsu, eu... – ela murmura, perdendo-se no sentimento quente e ofegante que ambos sentiam.
Ele sorri de lado e ri, enquanto maravilhava-se naquele doce momento.
– Eu sei.
E quando finalmente o toque suave foi feito, seus mundos explodiam e jamais seriam revertidos ao normal.
Sétimo CapítuloArdendo nos céus
Nós prendemos o fôlego quando as nuvens começaram a se formar
Mas você se perdeu na batida da tempestade
E no final fomos feitos para nos separarmos
Como câmaras do coração humano
Não
Burning In The Skies
Ela olha atentamente para uma vitrine de loja, tentando achar o presente perfeito para o aniversário de um mês de namoro.
Ela está feliz, e pensa seriamente em comprar um colar com pingente de dragão para o amado. Ele adorava estes seres mitológicos, então, seria realmente um maravilhoso suvenir.
Quando iria entrar na pequena lojinha, ela ouve uma canção altíssima de pneus contra o asfalto e gira seu corpo em direção ao som. Ela não tem tempo para soltar nenhum som de surpresa, pois sua boca foi tampada e seu corpo arrastado para dentro de algo escuro.
Ela caí inconsciente.
Quando acorda, ela não fazia ideia de onde encontrava-se. Olhando mais ao redor, apenas via-se presa entre quatro paredes de pedra sujas e escurecidas. Finos raios de um Sol se pondo surgiam por uma janela pequena.
Ela não tem tempo para ficar neurótica, pois escuta uma grande explosão vinda de algum lugar perto, e logo após gritos eufóricos. Ela arregala os olhos e tenta entender o que passava-se.
Sente então o chão tremer em baixo de si e levanta-se, assustada, recuando. Vê uma fumaça acinzentada surgir pela janelinha, e solta um gritinho mínimo de horror.
Ela levanta o rosto para a claridade e tentar ver algo que explicasse o que diabos estava a acontecer. Apenas enxerga o mundo escuro lá fora e uns flashes luminosos do que deveriam ser tipo de sinalizador.
Outra tremida e o chão abre-se em uma cratera, fazendo-a exclamar. Outra trepidação e ela não consegue mais ficar de pé.
E depois de mais uma, ela sente uma dor infindável de alguma parte de seu corpo e despenca.
Oitavo CapítuloDesamparada
Você sabe que ela não poderia ficar aqui com você
Você sabe que ela tinha que ir
Mesmo que ela não pudesse ficar aqui com você
Você sabe que não está sozinho.
She Couldn’t
Poeira, negrume, vozes ecoando, dor... Misturava-se na pequena sela, em algum lugar de uma certa cidade.
Ela pensara que finalmente viveria feliz ao lado de quem amava e era retribuída. Pensara realmente que poderia descansar do sentimento de culpa, e que recordaria as boas lembranças do irmão em paz. Pensara que podia encher-se de alegria e rir pelas coisas mais tolas e bobas do universo.
E agora, ela estava sangrando lentamente e sozinha num local desconhecido.
O que ela fizera de tão ruim?
Ela tinha a respiração entrecortada quando negava-se a desistir. Mordia o lábio inferior com força e observava a parede úmida entre as lágrimas acumuladas em seus orbes. Não teria forças para chamar ajuda, e realmente não acreditava que conseguiria uma. Então, apenas pensava que alguém bom e justo viria salvá-la.
Natsu.
Ela sabia que estava errada.
Ela estava no estágio de esvaziar sua mente e sorrir lacrimejante diante de sua morte. Pois não havia mais chances, mesmo sendo absurdamente otimista. Ela definharia, e seria levada para algum lugar onde pudesse descansar finalmente em paz.
Pelo menos, estaria com seu irmão. Certo?
Errado. Ela sabia que seu irmãozinho ficaria furioso de vê-la tão repentinamente. Ficaria mais ainda por descobrir que ela abandonara a chama de sua vida e deixara um certo jovem sozinho no mundo. Ela não poderia!
Mas... O véu claro e quente inundou seus olhos e apagou toda a dor que restara. Sua mente sumira e sua cabeça despenca para um lado.
Estaria morta?